Intersecções entre racismo e violência nas relações amorosas inter-raciais de mulheres negras
Palavras-chave:
Racismo, Violência doméstica, Relacionamento inter-racial, InterseccionalidadeResumo
Buscamos compreender as vivências produzidas nas intersecções entre racismo e violência doméstica em mulheres negras em contexto de casamento ou união estável inter-racial com homens brancos. Partindo da metodologia quanti-qualitativa e com a utilização de formulário eletrônico, participaram 21 mulheres negras, maiores de 18 anos, que estavam em casamento ou união estável inter-racial e que vivenciaram racismo e/ou violência doméstica ao longo da relação. Os dados quantitativos foram analisados por meio de estatística descritiva e os qualitativos a partir do materialismo histórico-dialético à luz das teorias de Gênero e Raça. Identificamos intersecção entre o racismo e a violência doméstica nos relacionamentos inter-raciais, particularmente, a violência sexual foi tônica e esteve intimamente interligada a hiperssexalização dos corpos das participantes.
Referências
Akotirene, C. (2019). Interseccionalidade. Pólen.
Almeida, S. L. (2019). Racismo estrutural. Pólen.
Bárbara, D. R. Val de Oliveira Lima Santa, & Silva, V. L. S. (2020). Violência contra mulher e racismo estrutural: Conexões e debates. In U. A. F. Amorim, D. A. S. Cavaliere, C. M. G. Silva, P. J. Serrano, C. H. M. S. Hagino, C. Pacheco, & A. S. Maciel (Org.), Direitos humanos e fundamentais em debate (pp. 62-67). Editora FOA. Recuperado de http://editora.unifoa.edu.br/index.php/direitos-humanos-e-fundamentais-em-debate-e-book.
Bernardes, M. N. (2020). Questões de raça na luta contra a violência de gênero: Processos de subalternização em torno da Lei Maria da Penha. Revista Direito GV, 16(3), 2-28. https://doi.org/10.1590/2317-6172201968 Campos, A. (2020). Todos os olhos em mim: A presença do racismo nos relacionamentos inter-raciais. Quintal Edições. Carneiro, A. S. (2003). Enegrecer o feminismo: A situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. In Ashoka empreendimentos sociais., & Takano Cidadania (Org.), Racismos contemporâneos (pp.49-58). Takano Editora. Carneiro, A. S. (2005). A construção do outro como não-ser como fundamento do ser [Tese de doutoramento, Universidade de São Paulo]. Repositório da Produção da USP. Recuperado de https://repositorio.usp.br/item/001465832. Carneiro, S. (2017). Mulher negras e violência doméstica: Decodificando os números. Geledés - Instituto da Mulher Negra. Recuperado de https://www.geledes.org.br/wp-content/uploads/2017/03/e-BOOK-MULHERES-NEGRAS-e-VIOL%C3%8ANCIA-DOM%C3%89STICA-decodifancando-os-n%C3%BAmeros-isbn.pdf.
Carrijo, C., & Martins, P. A. (2020). Violência doméstica e racismo contra mulheres negras. Revista Estudos Feministas, 28(2), 1-14. https://doi.org/10.1590/1806-9584-2020v28n260721 Collins, P. H. (2019). Pensamento Feminista Negro: Conhecimento, consciência e a política do empoderamento. Boitempo Editorial. Costa, E. M. (2016). Materialismo histórico-dialético como fundamento da psicologia histórico-cultural: Método e metodologia de pesquisa. Psicologia Escolar e Educacional, 20(2), 393-396. https://doi.org/10.1590/2175-3539201502021083 Crenshaw, K. W. (2002). Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Estudos Feministas, 10(1), 171-188. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2002000100011
Davis, A. (2016). Mulheres, raça e classe. Boitempo. Davis, A. (2017). Mulheres, cultura e política. Boitempo.
Devulsky, A. (2021). Colorismo. Editora Jandaíra. Dias, L. B., Prates, L. A., & Cremonese, L. (2021). Perfil, fatores de risco e prevalência da violência contra a mulher. SANARE - Revista de Políticas Públicas, 20(1), 102-114. https://doi.org/10.36925/sanare.v20i1.1555
Gama, I. C. A., & Olímpio, R. (2018). O peso do racismo sob a estética da mulher negra: Um paradoxo da isonomia social brasileira. Anais X Copene - Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros, Uberlândia, Minas Gerais. Recuperado de https://www.copene2018.eventos.dype.com.br/resources/anais/8/1527707080_ARQUIVO_artigo-isabelagama-doc.pdf Gonzalez, L. (1988). A categoria político-cultural de amefricanidade. Tempo Brasileiro, 92(93), 69-82. Recuperado de https://institutoodara.org.br/wp-content/uploads/2019/09/a-categoria-polc3adtico-cultural-de-amefricanidade-lelia-gonzales1.pdf Gonzalez, L. (2018). Primavera para as rosas negras. UCPA Editora.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. (2018). Estatísticas de gênero: Responsabilidade por afazeres afeta inserção das mulheres no mercado de trabalho. Agência Notícias. Recuperado de https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa.html?editoria=sociais
Instituto Patrícia Galvão. (2015). Violência e Racismo: Dossiê Violência contra as mulheres. Recuperado de https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia/violencias/violencia-e-racismo/ Medeiros, G. F., & Machado, J. M. K. M. (2021). Mulheres negras e violência doméstica: O desafio da articulação de gênero e raça. Revista de Estudos Interdisciplinares do Vale do Araguaia, 4(2), 1-28. Recuperado de http://reiva.unifaj.edu.br/reiva/article/view/183
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos - MMFDH. (2020). Balanço 2019: Ligue 180 Central de atendimento a mulher. Recuperado de https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2020-2/maio/balanco-anual-ligue-180-registra-1-3-milhao-de-ligacoes-em-2019/BalanoLigue180.pdf
Moreira, A. (2019). Racismo recreativo. Pólen.
Moreira, V., Boris, G. D. J. B., & Venâncio, N. (2011). O estigma violência da sofrida por mulheres na relação com seus parceiros íntimos. Psicologia & Sociedade, 23(2), 398-406. https://doi.org/10.1590/S0102-71822011000200021
Observatório Nacional da Família. (2021). Fatos e números: Arranjos familiares no Brasil. Ministério da mulher, da família e dos direitos humanos. Recuperado de https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/observatorio-nacional-da-familia/fatos-e-numeros/ArranjosFamiliares.pdf
Pacheco, A. C. L. (2006). Raça, gênero e relações sexual-afetivas na produção bibliográfica das ciências sociais brasileiras – um diálogo com o tema. Afro – Ásia, (34), 153-188. https://doi.org/10.9771/aa.v0i34.21116
Passos, J. C., & Rosa, S. (2016). Violências de gênero e racismo. In A. M. Veiga, T. K. Lisboa, & C. S. Wolff. (Orgs.), Gênero e violências: Diálogos interdisciplinares (pp. 49-62). Edições do Bosque/CFH/UFSC. Recuperado de https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/171684
Rede de Observatórios da Segurança. (2020). A cor da violência na Bahia - Uma análise dos homicídios e violência sexual na última década. Universidade Federal da Bahia. Recuperado de http://observatorioseguranca.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2021/09/A-cor-da-viole%CC%82ncia-na-Bahia-Uma-ana%CC%81lise-dos-homici%CC%81dios-e-viole%CC%82ncia-sexual-na-u%CC%81ltima-de%CC%81cada-FINAL.pdf
Santos, C. J., & Stempniewski, L. P. (2020). Feminicídio e racismo: Mulheres negras morrem mais. Revista Jurídica Luso-Brasileira, (2), 267-284. Recuperado de https://www.cidp.pt/revistas/rjlb/2020/2/2020_02_0267_0284.pdf Sardenberg, C. M. B., & Tavares, M. S. (2016). Introdução. In Violência de gênero contra mulheres: Suas diferentes faces e estratégias de enfrentamento e monitoramento (pp. 7-16). EDUFBA. https://doi.org/10.7476/9788523220167
Schucman, L. V. (2018). Famílias inter-raciais tensões entre cor e amor. EDUFBA.
Silva, G. C. (2019). Racismo, violência psicológica - potencial causador de transtornos de estresses pós-traumático. Capoeira - Revista de Humanidades e Letras, 5(2), 89-105.
Souza, E. P. (1995). Mulher negra: Sua sexualidade e seus mitos. In Quintas, F. (Org.), Mulher Negra: Preconceito, sexualidade e imaginário (pp. 10-20). Fundação Joaquim Nabuco. Recuperado de http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/Brasil/dipes-fundaj/20121203110837/quintas.pdf
Souza, K. R., & Kerbauy, M. T. M. (2017). Abordagem quanti-qualitativa: Superação da dicotomia quantitativa-qualitativa na pesquisa em educação. Educação e Filosofia, 31(61), 21-44. https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.issn.0102-6801.v31n61a2017-p21a44 Souza, N. S. (1990). Torna-se negro: As vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social (2ª ed.). Edições Graal.
Teixeira, M. S. S. P., & Queiroz, J. M. (2017). Corpo em debate: A objetificação e sexualização da mulher negra. V Seminário Internacional Enlaçando Sexualidades, Salvador, Bahia. Recuperado de https://www.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/30488 Telles, E. (2003). Racismo à brasileira: Uma nova perspectiva sociológica. Relume-Dumará: Fundação Ford.